5G já é uma nova realidade, aponta o Futurecom Digital Week

O 5G já está entre nós. Essa nova realidade tecnológica está tomando forma e hoje se materializou ainda mais no Futurecom Digit@l Weekcom debates ricos ao longo do primeiro dia de um dos maiores eventos de tecnologia, telecomunicações e transformação digital da América Latina. No webinar “Como destravar a digitalização no Brasil e impulsionar o avanço do 5G?”, especialistas discutiram amplamente o assunto que ganha contornos cada vez mais reais, com o lançamento do 5G previsto para 2021 e que deve movimentar a sociedade e o mercado corporativo nos próximos anos.

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Sob a moderação de Ari Lopes, gerente sênior para Américas da OMDIA, foram debatidos temas como políticas de incentivo, parcerias, estratégias de produto e monetização, comercialização e experiências do 5G, além de gestão do espectro. Participaram Clayton Cruz, presidente da Divisão Latin America & Caribbean da Amdocs; Márcio Fabbris, vice-presidente de B2C da Vivo; Wagner Barroso, diretor de Negócios da NEC; e Ailton Santos, vice-presidente da Nokia Software para América Latina da Nokia.

Na abertura do webinar houve o lançamento do NEC 5G Lab, que promoverá uma orquestração de parcerias por meio do modelo do ecossistema de colaboração com tecnologia OPEN RAN.

Entre oportunidades e desafios, Márcio Fabbris, da Vivo, destaca que a digitalização tem o papel de aproximar pessoas e negócios e que a operadora faz investimentos fortes na qualidade de sua rede móvel e aposta no crescimento da rede de fibra óptica de última geração. “O 5G é essencial para o País, traz alavancas importantes, não só como internet mais rápida, mas também em novas aplicações tecnológicas, dando um salto na digitalização para o País, para as empresas e para as pessoas, além de impulsionar as parcerias”. Há uma preocupação com a sustentabilidade dos negócios, com um equilíbrio em tudo o que é realizado, respeitando a legislação. “É importante vencer barreiras e seguir avançando e ser cada vez mais protagonista nessa digitalização tão necessária para o Brasil”.

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Já na Amdocs, provedora de tecnologia e de serviços, o 5G é mais que uma ferramenta que aportará mais valor para o País. “Imagina o que seria nesses últimos meses sem a tecnologia em meio a esta pandemia?”, questiona o executivo Clayton Cruz. “Este evento não aconteceria”. “A missão principal da Amdocs é auxiliar as operadoras a monetizar ao realizar investimentos no 5G”.

Wagner Barroso, da NEC, destaca o ano desafiador e o ambiente de incertezas que o mundo está vivendo com a pandemia. Mas afirma que é “fundamental ter capacidade de flexibilizar, pensar, agir, trabalhar e se relacionar de forma diferente. Trabalhamos com a comunicação de maneira integrada. E acreditamos que a colaboração, incluindo os parceiros e clientes, é cada vez mais agregadora nesse cenário atual e que possamos buscar maneiras de monetizar as redes. A NEC aposta na OPEN RAN e redes abertas, que vão permitir enfrentar os problemas desconhecidos e, assim, seremos um player relevante nesta orquestração do 5G”.

Para destravar a agenda de digitalização do 5G no Brasil, a proposta é realmente focar na colaboração de todos os atores. Principalmente, para desenvolver, em conjunto, aplicações como em casos da medicina remota, mas também poder controlar remotamente máquinas em ambientes perigosos, com a automação, além de usar a Inteligência Artificial e analytics para aprimorar várias áreas. É o que defende Wagner Barroso, da NEC.

Algumas dificuldades são listadas pelas operadoras. Para Márcio Fabbris, da Vivo, “a digitalização tem que ser classificada como uma prioridade do governo e do País, com a carga tributária tão elevada, que acaba aplicando um efeito colateral, especialmente em regiões mais remotas, ou seja, a digitalização deve ser tratada como uma prioridade pública”. “Temos como meta e propósito de levar a digitalização a todos os espaços. O número de antenas também precisa entrar nesse cenário, uma vez que a burocracia para cumprir os requisitos impedem de colocarmos mais velocidade”. Por isso, a questão de ter uma política pública de antenas uniforme deve entrar também nessa agenda. Claro, que é importante destacar aqui a fibra óptica para ligar as antenas. “O leilão de novas frequências dedicadas para rápida implementação do 5G também é essencial”, destacou Fabbris.

Ailton Santos, vice-presidente da Nokia Software para América Latina da Nokia, ressalta dúvidas conceituais do que significa a transformação digital para o Brasil com o 5G. “A evolução do 4G ainda é recente e está acontecendo. O foco foi o consumidor final, com a digitalização da mídia física (vídeos, músicas, revistas) e surgiram nomes de indústrias como Apple, Spotify, Netflix, além do advento das redes sociais como o Facebook, o WhatsApp, atingindo várias camadas da sociedade. Também tivemos vários aplicativos, os chamados brokers. E outros gigantes como Amazon, Google, entrando em escala maior nesse uso forte de dados”, contextualiza Santos.

O consenso de todos é que o 5G é uma combinação de tecnologias que irá alavancar um ecossistema que inclui IoT, Inteligência Artificial, Edge Computing, dando uma evolução exponencial aos negócios tanto em B2B como em B2C, surgindo novos mercados a partir de sua aplicação.