Parlamentares europeus pedem que Amazon remova produtos com símbolos soviéticos

Em carta aberta a Jeff Bezos, fundador e diretor executivo da Amazon, 27 membros do Parlamento Europeu requisitaram que a varejista on-line “interrompa a venda de produtos com o símbolo da foice e do martelo, representando a União Soviética”. O documento é assinado por representantes de seis grupos políticos, de 13 países, liderados por parlamentares da Lituânia, país que fez parte da União das Repúblicas Soviéticas Socialistas.

“Produtos como camisas, fantasias, bandeiras, souvenires e outros, com símbolos da foice e do martelo, glorificam o regime totalitário Soviético e, portanto, demonstram falta de compaixão com milhões de cidadãos europeus que também são clientes da Amazon”, diz a carta, datada do último dia 15.

O apelo ao homem mais rico do mundo acontece pouco tempo depois de a rede Walmart se comprometer, em setembro, a parar de comercializar roupas com símbolos soviéticos, após reclamação semelhante. Segundo o grupo de parlamentares, “o número total de vítimas do Regime Soviético é estimado em mais de 60 milhões”, além de “mais de 10 milhões de pessoas” que foram deportadas para campos na Sibéria, onde enfrentaram “condições de vida inumanas, trabalho forçado, fome e violência física”.

“As ações sanguinárias, o terror e a inumanidade do Regime Soviético afetou quase todas as famílias dos ex-países ocupados”, diz a carta, acrescentando que “as trágicas consequências dessas ações são sentidas até hoje”.

Com uma simples busca na Amazon é possível encontrar centenas de produtos que fazem referência à antiga União Soviética, de brincos a bandeiras, e, principalmente, apetrechos militares, como roupas, broches e bonés. A carta segue o movimento #WhyNotSvastika, iniciado nas redes sociais na Lituânia. Além do Walmart, a Adidas também se comprometeu a remover produtos com símbolos soviéticos.